Por Nathália Souza
Você sabe o que é letramento racial? E educação antirracista? Você conhece os marcadores de autodeclaração do IBGE e que, de acordo com o último censo (2022), 56% da população brasileira se autodeclara como negra?
O letramento racial é a busca por conhecimento sobre a temática racial com a finalidade de desenvolver a capacidade de interpretação de códigos e práticas racistas que estão no nosso cotidiano, gerando assim, ferramentas para não reproduzir essas práticas e substituí-las por ações que promovam o antirracismo.
Os termos utilizados para se referir a cor de pele de uma pessoa não são uma questão de tanto faz. Assim como muitas palavras recebem conotações negativas e são usadas para ofender, também utilizamos a linguagem para promover a desconstrução do racismo.
Muitas pessoas ainda têm dúvidas de como se referir a determinadas raças. Se esse é o seu caso, vamos aprender agora!
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) existem 5 marcadores de cor e raça no Brasil. São eles preto, pardo, indígena, amarelo e branco. Essa classificação é importante para mapear dados objetivos sobre o perfil das pessoas e quais espaços elas estão ocupando, possibilitando a criação de ações afirmativas e políticas públicas que buscam a promoção da igualdade racial.
Mas e os negros?
O IBGE classifica como negro o grupo composto por pessoas pretas (aqueles que têm pele escura) e pardos (não brancos de pele clara). Ou seja, negros são pessoas de pele preta, parda e as nuances de tons de pele que estão entre esses dois. Mas isso é assunto para outro artigo.
Portanto, ao se referir a alguém negro não é correto utilizar termos como moreno, mulato, escurinho, entre outros. Esses termos possuem origens e conotações racistas e devem ser excluídos do nosso vocabulário, ok?
Os indígenas são pessoas pertencentes às etnias compostas pelos povos originários do Brasil, os amarelos são aqueles que têm características de origens asiáticas e os brancos são os que possuem a pele clara.
Educação antirracista é fundamental
O racismo se baseia em uma estrutura que foi construída a partir da naturalização de atitudes que reforçam estereótipos atribuídos a determinadas raças, construindo no comportamento social uma hierarquia onde negros e indígenas são marginalizados. Ser antirracista é romper com essa estrutura e buscar conhecimento com uma visão racializada, entendendo que é sua responsabilidade adotar práticas de promoção da igualdade.
Compreender quais termos não utilizar ou quais práticas devem ser excluídas do seu dia a dia é o primeiro passo para mudar o comportamento e reproduzir ações efetivas que colaboram com a aceleração da igualdade racial. Ler autores negros, assistir palestras sobre o tema e seguir páginas que falam sobre a pauta racial é fundamental para iniciar uma educação antirracista.